Diferenças entre os tipos de sais

De um tempo para cá, empórios, lojas de alimentos naturais e até alguns supermercados, começaram a oferecer uma grande variedade de tipos de sais, que vão do mais tradicional, como o sal comum, até o mais requintado, como os sais gourmet, que dão um toque especial às preparações. Apesar de todos possuírem sódio em sua composição, existem algumas diferenças entre eles, como a quantidade de sódio e de outros minerais, aparência, a textura e o sabor. Assim, elaboramos esta matéria com os diversos tipos de sais e suas peculiaridades. 

  • Sal de cozinha ou “refinado”: é o mais utilizado na culinária. Este passa pelo processo de refinamento com a adição de substâncias químicas que ajudam a deixá-lo mais branco e soltinho. Porém com esse processamento perde suas propriedades nutritivas e por isso deve-se ter muita cautela em seu uso. E isso é devido ao fato de que cada grama desse sal ter 400 mg de sódio.
  • Sal defumado: sua maior produção é na França, onde é defumado pela fumaça fria proveniente da queima de barris de carvalho usados no envelhecimento de vinho. Em alguns locais, este é produzido ao colocar o sal comum em contato com a fumaça da queima de uma madeira aromática, como carvalho ou cerejeira. Essa versão salina é bastante versátil e combina com pratos vegetarianos, carnes, aves e peixes. Em um grama contém 395 mg de sódio.
  • Sal light: enquanto o comum tem em sua composição 99% de cloreto de sódio (NaCl), o light tem 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio (KCL), assim é indicado para pessoas que têm restrição a ingestão de sódio. Entretanto, indivíduos com doenças renais não devem utilizá-lo. Possui um sabor um pouco amargo.

    Atenção: o sal light deve ser usado nas mesmas quantidades que o tempero comum, ou seja, não deve ser usado em excesso por ser “light”. 
  • Sal grosso: produto bruto da cristalização da salmoura concentrada vinda da água do mar. Ao contrário do sal comum, só passa pelo processo de extração, por isso que seus grãos são grandes e disformes. Utilizado para temperar carnes, principalmente churrasco. Um grama possui 400 mg de sódio.
  • Sal marinho: por ser raspado manualmente da superfície de lagos de evaporação é mais caro do que o sal de cozinha, e não sendo tão processado, preserva mais os sais minerais. Pode ser grosso, fino ou em flocos, e dependendo da região que é retirado e de sua composição de mineral pode ser branco, rosa, preto, cinza ou de uma combinação de cores. Apresenta em cada grama cerca de 420 mg de sódio. 
  • Flor de sal:  são extraídos da camada mais superficial das salinas e são conhecidos por conferir uma textura crocante às preparações. Essa variedade contém muito sódio (um grama contém 450 mg de sódio), além de conter magnésio, iodo e potássio. Apresenta um sabor mais intenso e textura crocante, sendo indicado acrescentar após a preparação do alimento. 
  • Sal kosher: utilizado para preparar carnes kosher, por remover o sangue rapidamente. Não dissolve tão rápido quanto o sal de cozinha e não é iodado. Sua textura grossa facilita na hora de usá-lo e salpicá-lo sobre a comida durante ou depois do preparo.
  • Sal do Himalaia: rico em cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro. Devido a esses compostos, os cristais ganham um tom rosado e um sabor com toque metálico agradável e suave. Pode ser empregado em carnes, aves e peixes, além de saladas e legumes. Também cai muito bem na finalização e decoração de alguns pratos. Em um grama contém 230 mg de sódio.
  • Sal do Havaí: possui coloração rosa avermelhada por causa da presença de uma argila havaiana chamada Alaea, rica em dióxido de ferro.Tem quase a mesma quantidade de sódio encontrada no sal comum (um grama possui cerca de 390 mg de sódio), portanto, nada de mão pesada no saleiro.
  • Sal da Índia ou negro: trata-se de um sal não refinado procedente da Índia. De coloração escura ou avermelhada, possui propriedades nutritivas como cloreto de cálcio, magnésio e potássio. Seu sabor é mais acentuado e mais sulfuroso, sendo ideal para temperar carnes, peixes e utilizado na finalização de pratos. Em um grama contém 380 mg de sódio.
  • Sal líquido: obtido pela dissolução de sal marinho em água mineral. Tem sabor suave e pode ser adicionado a todos os alimentos, principalmente em saladas. Esta versão salga menos e tem menos sódio do que os convencionais (110 mg de sódio).
  • Sal rosa do Peru: tem como origem um oceano muito antigo que secou e ficou preso nos subterrâneos das montanhas no Vale Sagrado dos Incas no Peru. A água salobra brota do subsolo em pequenas poças e, com a evaporação, dá origem aos cristais de tom rosado. Seus grãos têm um elevado índice de umidade, com uma aparência grudenta, além de um sabor forte. Esse está entre as opções com menor teor de sódio (em um grama contém 250 mg de sódio), sendo ideal para temperar peixes crus, frutos do mar e aves. 
  • Sal de aipo: é basicamente o sal de mesa misturado com grãos de aipo, secos e moídos. É utilizado para dar sabor aos caldos, sopas, molhos e carnes grelhadas em geral. Em um grama contém cerca de 390 mg de sódio. 
  • Sal azul da Pérsia: é um dos mais raros e caros do mundo. Este vem das minas antigas de Pérsia e deve a sua especial coloração a uma variação natural da rede cristalina. Tem baixo teor de sódio e alto teor de potássio. Apresenta um sabor acentuado e ao final um agradável sabor picante. Pode ser usado em todos os tipos de alimentos e também como decoração.

Como visto, há uma diversidade de sais e alguns são bastante atrativos, especialmente por apresentarem baixo teores de sódio. No entanto, devem ser utilizados com cautelada, pois o consumo de sal e sódio em excessos são um dos principais fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças cardíacas. Assim, é mais indicado cozinhar os alimentos com pouca quantidade de sal e adicionar ervas finas, orégano, manjericão, alecrim, salsinha, cebolinha, alho e cebola para deixar as preparações mais saborosas e saudáveis.

Renata Gomide – Consultora Nutricional do Dietpro